Archive for julho \26\-03:00 2009

julho 26, 2009

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Mente

julho 22, 2009

Hoje, me foi tentado passar uma lição sobre meu próprio eu.
Foi-me pedido que buscasse minha segunda voz interior, que eu tentasse escutá-la e responder alguns de seus questionamentos.
Sou praticante de meditação, me retiro do mundo por vezes em minha cama. Sigo uma técnica que me foi passada de controle de respiração e em meio a tal exercício, saio de dentro de meus próprios pensamentos.
Mas quanto a escutar minha segunda voz, minha mente, não me foi possível concluir tal empreitada. Pois tenho outra voz que grita dentro de meu peito, que sobressai a qualquer voz que possa querer me falar. A voz de meu coração.
Ele grita por amor e paixão, por desfrutar as artes, os prazeres, e a minha imunda poesia. Ele quer experimentar todos os vícios da carne, sentir todas as dores de um sentimento e se entregar a todas as causas por um grande, e não tão verdadeiro amor.
E esse sou eu, racionalmente irracional e desconsientemente consiente. Que por escolha própria escolheu o caminho mais difícil, o da vida. intensa em sua serenidade, e próspera em sua perdição.
Pode parecer um contra-senso tais posições. Mas é assim que vive um sonhador, perdido em suas tristezas e alegrias, amando loucamente e se entregando por completo, nem que seja só por hoje.
Voltando a minha segunda voz, eu por instinto, a ouço dizer… não vá, não vá…
Não vá………………………..

Resposta Pública

julho 14, 2009

Outro dia li em um Blog as seguintes palavras:

 Hoje no curso o qual estou participando, o ministrante, sábio Ricardo Brasileiro preferiu “um dia tão cheio de certezas em suas palavras o poeta perdeu a luz, encantou tantos que se esqueceu de se encontrar, vendo no caminho dos outros um caminho a seguir, se tornando apenas mais um cara comum, longe daquele que um dia desejaria se tornar”

 Bom, Não sou eu quem vai julgar o fato de acharem-no um sábio ou não. Mas sobre o que me apetece, posso, e quero-o falar.

 Primeiramente Poeta algum vive cheio se certezas em suas palavras, se o vivessem seriam ao mínimo cronistas, ou quem sabe cientistas. Sem a dúvida, sem a dor, sem a paixão, sem o desespero, sem a tristeza, sem o amor, e alguns outros temperos (todos inexatos e controversos) não há poesia.

 A arrogância pessoal a qual ele pode, embora não pareça, estar se referindo é uma característica humana, imperfeita, vil. O que coincidentemente se parece encaixar com o espírito de muitos dos grandes poetas da humanidade. Além de serem exímios conquistadores e amantes.

 Quanto a esquecer de se encontrar: Disse já, esse sim, o SÁBIO Fernando Pessoa em seu famoso poema Autopsicografia

 O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

 

Ainda fui obrigado a saber que em sua opinião, todo poeta sonha em ser algo. Uso o termo algo não alguém, pois se (na opinião do suposto sábio)  todos tem o objetivo em comum, isso é algo, e não alguém. O que me traz um pensamento que não é de todo ruim.

 

Imaginem quanto melhor o mundo seria se assim como se rotula alguns grupos na rua, se pudesse também rotular os poetas:

 Olha al! Um bando de Hemos

Vou num bar GLS

Você está vestido como um Neonazista

Mais que pinta de Pagodeiro

 Só por questão de informação, o poema sonha em ser cantado, como a nota em ser tocada, não cabe a mim, nem a ninguém julgar o sonho de qualquer poeta.

 Acho que o mais sábio que um Brasileiro pode fazer, e continuar como DJ em suas baladas e festas, pegando suas menininhas para uma transa fácil, e deixar a alma dos poetas para que cada um deles continue, em vão, tentando interpretar a própria.

 Finalizo citando novamente a pessoa do Pessoa que disse:

Ter opiniões é estar vendido a si mesmo. Não ter opiniões é existir. Ter todas as opiniões é ser poeta.

Rotina

julho 10, 2009

Acordar amor,
café,
flores,
lençóis.

Preguiça amor,
carícias,
bocejos,
manhas.

Trabalho amor,
ofício,
compromisso,
labor.

Saudade amor,
vício,
feitiço,
mania.

Dormir amor,
beijo,
corpo,
gemido.

M Soleni

 

Gostou?

Isso  é só uma amostra do que você pode encontrar no blog dessa fantastica escritora…

Pato Vermelho

A esculhambação do forró atual por Ariano Suassuna

julho 10, 2009

CRITICA DE ARIANO SUASSUNA SOBRE O FORRÓ ATUAL

‘Tem rapariga aí? Se tem levante a mão!’. A maioria, as moças, levanta a mão.

Diante de uma platéia de milhares de pessoas, quase todas muito jovens, pelo menos um terço de adolescentes, o vocalista da banda que se diz de forró utiliza uma de suas palavras prediletas (dele só não, e todas bandas do gênero). As outras são ‘gaia’, ‘cabaré’, e bebida em geral, com ênfase na cachaça. Esta cena aconteceu no ano passado, numa das cidades de destaque do agreste (mas se repete em qualquer uma onde estas bandas se apresentam). Nos anos 70, e provavelmente ainda nos anos 80, o vocalista teria dificuldades em deixar a cidade.

O secretário de cultura Ariano Suassuna foi bastante criticado, numa aula-espetáculo, no ano passado, por ter malhado uma música da Banda Calipso, que ele achava (deve continuar achando, claro) de mau gosto. Vai daí que mostraram a ele algumas letras das bandas de ‘forró’, e Ariano exclamou: ‘Eita que é pior do que eu pensava’. Do que ele, e muito mais gente jamais imaginou.

Pra uma matéria que escrevi no São João passado baixei algumas músicas bem representativas destas bandas. Não vou nem citar letras, porque este jornal é visto por leitores virtuais de família. Mas me arrisco a dizer alguns títulos, vamos lá: Calcinha no chão (Caviar com Rapadura), Zé Priquito (Duquinha), Fiel à putaria (Felipão Forró  Moral), Chefe do puteiro (Aviões do forró), Mulher roleira (Saia Rodada), Mulher roleira a resposta (Forró Real), Chico Rola (Bonde do Forró), Banho de língua (Solteirões do Forró), Vou dá-lhe de cano de ferro (Forró Chacal), Dinheiro na mão, calcinha no chão (Saia Rodada), Sou viciado em putaria (Ferro na Boneca), Abre as pernas e dê uma sentadinha (Gaviões do forró), Tapa na cara, puxão no cabelo (Swing do forró). Esta é uma
pequeníssima lista do repertório das bandas.

Porém o culpado desta ‘desculhambação’ não é culpa exatamente das bandas, ou dos empresários que as financiam, já que na grande parte delas, cantores, músicos e bailarinos são meros empregados do cara que investe no grupo. O buraco é mais embaixo. E aí faço um paralelo com o turbo folk, um subgênero musical que surgiu na antiga Iugoslávia, quando o país estava esfacelando-se. Dilacerado por guerras étnicas, em pleno governo do tresloucado Slobodan Milosevic surgiu o turbo folk, mistura de pop, com música regional sérvia e oriental. As estrelas da turbo folk vestiam-se como se vestem as vocalistas das bandas de ‘forró’, parafraseando Luiz Gonzaga, as blusas terminavam muito cedo, as saias e shortes começavam muito tarde. Numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, o diretor do Centro de Estudos alternativos de Belgrado. Milan Nikolic, afirmou, em 2003, que o regime Milosevic incentivou uma música que destruiu o bom-gosto e relevou o primitivismo estético. Pior, o glamour, a  facilidade estética, pegou em cheio uma juventude que perdeu a crença nos políticos, nos valores morais de uma sociedade dominada pela máfia, que, por sua vez, dominava o governo.

Aqui o que se autodenomina ‘forró estilizado’ continua de vento em popa. Tomou o lugar do forró autêntico nos principais arraiais juninos do Nordeste. Sem falso moralismo, nem elitismo, um fenômeno lamentável, e merecedor de maior atenção. Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na platéia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente. Sem esquecer que uma juventude cuja cabeça é feita por tal tipo de música é a que vai tomar as rédeas do poder daqui a alguns poucos anos.

Ariano Suassuna

Só Ele…

julho 9, 2009

Só ele… “Só ele conheceu uma mulher corajosa que admitiu todos os medos,
todas as neuroses,
todas as inseguranças,
toda a parte feia e real que todo mundo quer esconder com chapinhas,
peitos falsos, bundas falsas, bebidas, poses,
frases de efeito, saltos altos, maquiagem e risadas altas.
Ninguém nunca me viu tão nua e transparente como você,
ninguém nunca soube do meu medo de nadar em lugares muito profundos,
de amar demais, de se perder um pouco de tanto amar,
de não ser boa o suficiente.
Só ele viu meu corpo de verdade,
minha alma de verdade,
meu prazer de verdade,
meu choro baixinho embaixo da coberta
com medo de não ser bonita e inteligente.
Só para ele eu me desmontei inteira porque confiei que ele me amaria mesmo eu sendo
desfigurada, intensa e verdadeira, como um quadro do Picasso.”
… Kel Jucá

julho 8, 2009

Viver!

julho 7, 2009

 

"Acho a maior graça."

Tomate previne isso,

cebola previne aquilo,

chocolate faz bem,

chocolate faz mal,

um cálice diário de vinho não tem problema,

qualquer gole de álcool é nocivo,

tome água em abundância, mas não exagere…

Diante desta profusão de descobertas,

acho mais seguro não mudar de hábitos.

Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.

Prazer faz muito bem.

Dormir me deixa 0 km .

Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.


Viajar me deixa tenso antes de embarcar,

mas depois rejuvenesço uns cinco anos.

Viagens aéreas não me incham as pernas;

incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.

Brigar me provoca arritmia cardíaca.

Ver pessoas tendo acessos de estupidez me

embrulha o estômago.

Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder
toda a fé no ser humano.

E telejornais. .. os médicos deveriam proibir – como doem!

Caminhar faz bem,
dançar faz bem,

ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo,

faz muito bem;

você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.

Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite

é prejudicial à saúde.

E passar o resto do dia sem coragem para pedir

desculpas, pior ainda.

Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer,

não há tomate ou  mussarela que previna.

Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo,

não ter ninguém atrapalhando sua visão,

nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!

Cinema é melhor pra saúde do que pipoca.

Conversa é melhor do que piada.

Exercício é melhor do que cirurgia.

Humor é melhor do que rancor.

Amigos são melhores do que gente influente.

Economia é melhor do que dívida..

Pergunta é melhor do que dúvida.

Sonhar é melhor do que nada"

 

Luiz Fernando Veríssimo

Soneto da devoção

julho 6, 2009

 

Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.

Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.

Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.

Essa mulher é um mundo! _ uma cadela
Talvez… _ mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!

Vinícius de Moraes

POR QUE CHORAS?

julho 6, 2009

Por que chora esta menina?
Um sorriso melhor teu rosto ilumina…
Não pense em tristeza,
pois a vida é só beleza…
Veja a Natureza, como está sorrindo,
com suas flores se abrindo,
e até com a chuva caindo…
São como lágrimas, mas o solo fertilizando,
com as plantas colaborando…
Por que chora essa menina?
O que a desatina?
Se no mundo existe maldade,
pense que também há muita bondade,
pense que já é uma felicidade
estarmos vivos para chorar…
Então, se lágrimas vamos derramar,
que sejam apenas de alegria,
pelo nascer de um novo dia,
pela beleza do sol que está nascendo…
Ah… Está chovendo…
Mas também é bela a chuva…
A vida é bela… E entra como uma luva
na alma de quem sabe apreciá-la,
de quem sabe vivê-la…

Marcial Salaverry