Quando as lendas se encontram

junho 9, 2011

Quando as lendas se encontram.

Experiência com a Salvia divinorum

junho 9, 2011

 

Em Gasteiz (Vitória), capital do país basco, comprei um extrato de Salvia divinorum. Ao experimentá-la fumando uma pequena quantia num cachimbo de água e prendendo fortemente a fumaça senti um dos efeitos mais fortes que já tive com psicodélicos. A sensação foi fulminante, antes de soltar a fumaça comecei a sentir um efeito e de súbito literalmente decolei, por alguns segundos perde-se completamente a noção da própria autoconsciêcia e mergulha-se num turbilhão em que senti-me fundir-me com o objeto que eu olhava (uma mancha no tapete). Na segunda experiência, dias mais tarde, aumentei a dose e literalmente perdi a noção de identidade, de quem eu era, de onde estava e mergulhei num estado onírico. Sem perceber caí lentamente para o lado e S. dirigiu-me a palavra perguntando se eu não queria me sentar, o que fiz e depois deitei-me, mas durante todo esse tempo eu não percebi nada disso, depois de segurar muito a fumaça comecei a sentir o efeito e antes de soltá-la comecei a ver o ponto que eu observava perder as formas, como se estivesse se derretendo como cera quente e começando a girar (mais tarde dei-me conta de que eu tinha girado a cabeça caindo para o lado) e sentia-me num universo completamente irreal, onde o peso da gravidade como que me esmagava fixando-me ao solo, sem noção de em cima ou em baixo, num turbilhão em que minha própria consciência se deixava arrastar, no meio desse vórtice eu via/escutava a S. apontando-me uma porta e dizendo que eu devia entrar por ela, após deitar-me recobrei a consciência de que era uma experiência com sálvia e balbuciei que estava bem, mas suava e ofegava muito e sentia-me com calor e taquicardia. A salvinorina é um dos mais fortes psicodélicos, com uma patamar de ação a partir de 200 microgramas, o que só ocorre com o LSD.

 

Após algumas vezes, só e com amigos, podemos ver que a sálvia não é um alucinógeno psicodélico comum, mais bem poderíamos chamá-la de onirógena e despersonalizante, Um efeito típico é uma noção de perda ou saída da consciência e/ou do corpo, mesmo porque a consciência é antes de tudo, a consciência de um corpo, e com a sálvia parecemos uma consciência sem corpo. Ou talvez, uma consciência sem autoconsciência. Na terceira vez que tomei senti-me como num desenho animado em que tudo ao meu redor se liquefazia, se desmilinguia, e os objetos, o tapete ou a parede, falavam comigo como personagens de um desenho animado, dizendo: ah!, eis vc aqui de volta!, e eu literalmente caia dentro do que eu observava e sentia esse desmilinguir-se de tudo assim como de si mesmo, tive um temor de não poder dominar meu corpo, nem levantar-me e nem sequer falar, mas quando tentei articulei facilmente as palavras e chamei S. para o quarto, sua chegada deu-me um pouso e um porto seguro. Da mesma forma, com S. e S. ao meu lado senti-me outra vez caindo num abismo formado pela linha do tapete no solo e amparei-me dando as mãos para elas, o que assegurou-me uma sensação de apoio e calor humano.

 

S. descreveu a experiência como um mergulho na indistinção. De fato, em todas as viagens psiconáuticas sempre busco esse ápice, quando mergulhamos num vórtice, um rafting psicodélico, no fluxo energético de tudo que palpita ao nosso lado como uma fonte de puras emanações onde navegamos e perdemos a noção dos limites entre todas as coisas e nós próprios. Mas esses momentos são raros e passageiros, apenas doses bem fortes podem fixá-los por mais tempo quando se consegue um estado de concentração, de meditação, de contemplação beatífica da clara luz da realidade. Para chegar a eles há sempre caminhos difíceis.Os ácidos e cogumelos podem ser também dispersivos, podemos vagar no “samsara” sem encontrar a luz para derretermo-nos nela, ficando ao invés disso em jogos mentais e em verbalizações internas ou externas de tipo obsessivo, auto-referente e /ou banais. Fixar o pensamento exige técnicas de êxtase ou um firme propósito filosófico no empreendimento que concentre o pensamento em questões elevadas. Com a ayahuasca, o ritual das religiões as vezes ajuda mas na maioria das vezes, para mim, atrapalha, pois raramente consigo esse “mergulho na indistinção” em torno dos hinos e dos rituais.

 

Com a sálvia, entretanto, esse mergulho é instantâneo, fulminante, lançando-nos num estado tão distinto, tão bizarro e tão indescritível, que quase sempre perde-se a noção de que se está realizando uma experiência e mergulha-se em outros ambientes que na verdade são outros universos tão distintos que diria-se outra galáxia, outra forma de vida. Esse mergulho é imediato, antes de se expirar a fumaça. O resto do tempo mantém-nos com uma sensibilidade psicodélica acentuada, uma empatia calorosa e sensual a là ecstasy e uma curiosidade interpretativa sobre o que se vivenciou naqueles segundos ou minutos de intensidade total, que chega as vezes a uma espécie de amnésia e até mesmo comportamentos sonambúlicos.

 

Na verdade, ouso dizer que com a sálvia tive os efeitos mais intensos de minha vida, a sensação mais completa de mergulho total num esfera em que se mantém uma consciência mas que perdeu a referência da identidade, da localização, da sua articulação com o corpo, da sua fronteira egóica e que assiste uma completa explosão perceptiva que exibe paisagens de uma dimensão extraterrestre.

 

B. referia-se a um suposto mecanismo neurofisiológico da “viagem astral” que residiria numa desconexão entre o hipocampo, onde estaria a memória e a sensibilidade proprioceptiva. A imagem do eu não se relacionando com o eu físico produziria uma sentir-se fora do corpo, ou o que se chamou em jargão psiquiátrico, bird-eye image, uma suposta visão de cima do campo onde se encontra o sujeito. Talvez tais elementos sejam ressaltados na experiência da salvia. O eu desvincula-se do sistema proprioceptivo produzindo um estado peculiar de dissoaciação psíquica.

 

Preciso ler o livro de Catherine Clément, Syncope. The philosophy of rapture, ou ravissement, em francês (arrebatamento). A noção de síncope, presente na gramática, na música, na medicina, é usada como metáfora para um estado de arrebatamento, de rompimento do fio da narrativa da consciência em seu desenrolar rotineiro e linear para um estado de vôo mental, de êxtase ou arrebatamento, o qual o ocidente teme e persegue, proscrevendo e amaldiçoando tais comportamentos contemplativos extáticos e beatíficos.

 

Obtive mais importando dos EUA do site Sage wisdom, de Daniel Siebert. Que milagre que um psicodélico tão forte ainda esteja disponível legalmente! A forma do extrato alcoólico para administração sublingual oferece um efeito mais prolongado, de até duas horas. Estou esperando achar um local adequado para fazer a prova.

Conto de Fadas Modernos

novembro 10, 2009

 

Princesa+e+Sapo

              Uma amiga minha me mandou este ‘conto de fadas’ por depoimento dizendo que era a minha cara e eu gostaria de compartilhar com vocês porque eu adorei!

Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã. Então, a rã pulou para o seu colo e disse:

“Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Mas uma bruxa má lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para sempre…”

E então, naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava: “Nem fo…den…do!”

Hahahahahahaha! Gostaram?

O SAPO QUE SE RECUSOU A VIRAR PRÍNCIPE

outubro 6, 2009

Era uma vez um sapo escorraçado, vagando pelo mundo, sem destino.
Até que, um dia, aportou numa casa, onde vivia uma mocinha de quinze anos, que se preparava para festa de debutantes, com direito a bolo confeitado, vestido novo, taça de champanhe, e tudo. Festa brega, no melhor clube da cidade.
Quando foi calçar os sapatos, a linda adolescente notou que havia um sapo-cururú embaixo da cama.
Não ligou muito para aquilo. Achou que, quando voltasse do clube, o feio bicho teria sumido.
Lá para meia-noite, ao retornar da festa, a doce ingênua menina, cansada, deitou-se em sua cama de virgem, adormeceu, e sonhou com seu Príncipe Encantado.
Ele chegou montado num cavalo branco. Apeou à porta da casa e arrebatou-a para o meio da floresta, onde fizeram amor. Tudo nos conformes, segundo as normas das estórias de Trancoso que povoavam seus sonhos de criança, naquela cidade, onde nada acontecia.
Na manhã seguinte, a bela adolescente acordou no meio de uma poça de sangue manchando sua calcinha, sua camisola de seda e os lençóis.
Não se impressionou. Sabia que aquilo era menstruação que chegava todo mês, na data certa, regular como relógio instalado em praça de Londres.
Mas, teve o cuidado de olhar embaixo da cama para ver se o sapo que a visitara, na noite passada, ainda estaria ali. Foi o lugar mais limpo.
Naquela noite, quando abriu o guarda-roupa para pegar os panos com os quais se cobriria, o sapo pulou de dentro e andou vagarosamente pelo quarto, indo se instalar embaixo da cama.
Não deu importância. Sapo-cururú não fazia mal a ninguém. Ao contrário. Comia as muriçocas soltas no ar.
A menina adormeceu tranqüila, naquela noite.
E, novamente, o Príncipe Encantado de seus sonhos carregou-a para a beira do riacho, onde fizeram amor, e depois tomaram banho de rio. Nus.
Na manhã seguinte, a mocinha notou que os lençóis estavam úmidos.
Mas, não deu importância, atribuindo aquilo ao fato do calor excessivo que sentira na noite anterior.
Devido ao gozo inusitado que o suposto Príncipe lhe proporcionava, toda noite, na floresta, à beira do rio, na terra nua, nas ruas asfaltadas, nos motéis de quinta categoria, nas salas do cinema, onde, no escurinho, se aproveitava dela, a doce adolescente mudou de comportamento.
De aluna aplicada, calma e estudiosa, tornou-se distraída na escola, avessa ao dia e amante da noite, afastou-se dos amigos, e só queria viver trancada no quarto, dormindo, onde se multiplicavam as visitas do Príncipe, cada vez mais ousado e deslumbrante.
Um dia, notou que estava meio arredondada. Engordara um pouco.
Não deu importância. Atribuía aquilo à falta de exercícios.
A menstruação regular sumira.
E isto, de fato, preocupava sua mãe, que a levou, debaixo de sete capas, ao ginecologista, numa cidade distante, quando ficou comprovado: estava grávida.
O pai quis expulsá-la de casa. A mãe protestou.
Naquela noite, quando veio para casa, à hora do jantar, o pai trouxe a tiracolo um senhor de meia-idade, com os cabelos embranquecendo, de olhos grandes, tristes e deslumbrados. Apresentou-o à família como amigo dileto e, a partir daquele instante, noivo da filha grávida. Fizera o favor, para tirar os familiares da vergonha em que “aquela desnaturada”os mergulhara.
A mocinha, que estava sentada à mesa, degustando uma sopa insossa e amarga, levantou os olhos e viu, espantada, que o noivo apresentado não era outro, senão o Príncipe Encantado que a procurava toda noite, em sonhos.
O casamento foi feito às pressas, com uma festa modesta, já que o dinheiro da família havia sido todo empregado, recentemente, na festa de quinze anos da mocinha. Mas, sempre apareceram uns ou mais convidados estranhos – penetras, como os chamamos – que não cansavam de admirar a barriga da menina, bem crescidinha, com o vestido de noiva repuxado…
Um mês depois, a pobre, desvalida e infeliz mocinha voltou para a casa dos pais, chorando. De mala e cuia.
Contou a mãe o que se passava:
-Mãe, aquele senhor, não é nada do que aparenta. Trancou-me dentro de casa, com ciúmes, e me proibiu de ser bonita. Quer que eu use roupas de velha, para esconder a diferença de idade entre nós. E nada de ato sexual, porque diz que não quer me ver viciada. Quando come, arrota à mesa, como um porco. Na hora de dormir, vira-se para o outro lado, e ronca, sem ouvir meus apelos para que me beije. Dá puns em horas erradas, na frente das visitas. Não há elogios, apenas reclamações. Quando fui protestar que, antes do casamento, ele se comportava como Príncipe Encantado, gritou: – Não vem com essa! Esse tempo já passou! Eu sou o Sapo! E cale a boca, cabrita atrevida!

(Do livro inédito “Contos cruéis”)

Entre Canalhas e Sapos

setembro 28, 2009

Senti a necessidade de postar esse texto para estabelecer uma diferença entre esses tipos de homens, o canalha e o sapo.

Inicialmente vamos falar sobre o Homem Canalha

O homem canalha, que cara nunca foi ou teve um amigo do tipo!? o homem canalha visto por uma grua cinematográfica é facilmente definido, ele é só um cara fútil, sem coração, paixão por si mesmo ou pelos outros, em suma, normalmente vemos esse tipo de homem apenas como um cara sem essência. Mas será o homem canalha um cara vazio? Vos digo que não, o homem canalha tem essências sim e vos digo quais são. existem dois tipos de homem canalha, o primeiro é aquele que sofreu demais pelo amor quase ímpossivel( e as vezes realmente impossivel), e o segundo é aquele que tem medo de amar, de se entregar, de abrir as asas e pular do abismo com a simples idéia de ser salvo pelo amor. Históricamente, nós temos dois exemplos de homens canalhas que expressam de maneira fidedigna o que vos falo hoje: don juan e casanova, don juan sofreu por amor, sofreu por amar uma mulher que nunca poderia ser sua, e para tal desilusão amorosa, se tornou o maior exemplo de galã que a espanha já pôde dar ao mundo. O segundo seria casanova, a história de casanova não teve tristeza, não teve estranheza ao acordar todo dia em uma cama diferente, com uma mulher diferente, sendo ela casada ou não, cada conquista era um novo troféu, cada dia sua vida se tornava um novo bordel, cheio de aventuras e prazeres que, a nós, reles mortais, não será dado o prazer de conhecer. O primeiro tipo é o cachorro mal-amado, não que ele não tenha sido amado, mas é o tipo de cara que sofreu mais com a vida do que com a falta dela. Por algum motivo, simples ou não, ele amou uma mulher, e muitas vezes ele amará eternamente, e vai ter o sonho de um dia poder virar principe, mas ele não é sapo, longe disso, ele é apenas cachorro fora de seu mato, que com inveja do caçador, decidiu virar e viver como lobo, sempre a procura de uma próxima vítima. O outro tipo é mais vazio, é o vazio com medo de errar na hora de ser cheio, pois a vida nos mostra que mulheres nos fazem sofrer, e em nossa vã filosofia machista masculina, devemos fazer sofrer primeiro aquelas que podem nos fazer sofrer muito mais depois.A verdade é que o canalha sonha, e não são sonhos bons, são sonhos cheios de medo e ao mesmo tempo fantasia, fantasia tipo aquelas em que uma amazona pode te enfiar uma flecha no peito, e você vai sangrar, sangrar bastante, e adoecer pelo amor. O primeiro tipo de canalha sonha e acorda chorando, ele sabe que tem algo a sua espera ou já teve, ele quer alcançar o pote de ouro no fim do arco-íris mas não consegue de jeito nenhum, já os sonhos do segundo são aqueles em que se acorda suado e com os olhos arregalados no meio da madrugada. um olha em volta e fica triste por estar ali, longe daquilo que te traria a verdadeira felicidade, já o outro acorda e vê se tem alguém ali, e se sente sempre aliviado por estar sozinho. Se fossemos definir o homem canalha a partir de seus sonhos com relação a mulheres, ficariamos em uma linha paralela entre o cara que odeia a vida que vive, e o cara que tem medo da vida que pode viver, talvez não odeie, odiar é um sentimento muito forte, mesmo que sempre venha acompanhado do amor, talvez não tema, temer é algo inadmíssivel para esse tipo de canalha, ele pode simplesmente ignorar a vida que pode lhe ser dada de presente. A verdade é que o canalha sonha, o primeiro não consegue nunca realizar seu sonho, e o segundo foge sempre da conclusão. Desde que o mundo é mundo, as mulheres aprenderam a detestarem os canalhas, a julgá-los, sem simplesmente ver que por trás da casca existe apenas alguém amargurado, e que esse cara pode ser sua felicidade se ela souber tocar no ponto certo de sua alma, enquanto ela pode retribuir o favor em igual moeda. Mas em termos de amor, será que podemos tratar a felicidade como moeda de troca? não, infelizmente não, infelizmente existem muitos aspectos na vida de um casal que agem em contra-ponto a sua felicidade, e o passado é uma delas. O homem canalha tem e sempre terá passado, isso é irremediável, o passado atrapalha, o passado tenta ser presente as vezes, e se você não tiver cabeça, mesmo que ele não consiga o que quer superficialmente, imediatamente, conseguirá chegar a seu verdadeiro objetivo, que é atrapalhar o amor. Amor e passado formam uma mesma faca, uma faca de dois gumes, e quando a faca perfura o coração o que resta no final é dúvida entre o amor e as aparências, e aparências é algo muito importante pro canalha, seja ele antes, ou depois do verdadeiro amor.e por causa das aparências, o canalha é sempre perseguido pelo vazio, antes ele mantém a aparência pra atrair, e consegue muitas vezes, e quando cansa de todas e todas que já passaram, ele amplia os horizontes e muda as aparências pra afastar, mas infelizmente, isso não depende só dele. O bom canalha tem fama, e a fama precede os bons, muitas vezes se aproveita, muito as vezes se rejeita, assim é vida, cara ou coroa, 50 a 50, e só nos resta torcer pra que não seja tarde. E nesse texto feito por um homem para ambos os sexos, permito a você julgar se sou, fui ou serei canalha um dia, assim eu termino, com ou sem tom, meu texto sobre aquele que irá cruzar seu caminho um dia, para o bem ou para o mal, sendo o seu amor, você, ou apenas sua imagem refletida em um espelho de mágico.

Quanto ao Sapo… espere a postagem seguinte.

Confissão de um Sapo

setembro 25, 2009

Como um Bom Sapo, eu já experimentei a água de muitas lagoas e transei de quase todas as maneiras.

Eu já transei em banheiro de avião, em lavabo na casa dos pais, com os pais na sala e em banheiro de churrascaria no meio de uma festa de casamento com a irmã da minha namorada.

Já transei dentro de carros em movimento, parados na rua e em estacionamento de motel.

Já transei muito em todas as partes de minha antiga caminhonete e tive até uma tentativa de transa, sem êxito, numa moto.

Já fui surpreendido por minha namorada pelada, dentro do meu fusca, após ter aberto o portão da garagem.

Eu já participei de suruba,  já fiz troca de parceiras. Já fui em aniversário de um amigo com vinte pessoas dentro de um mesmo quarto, todo mundo sem roupa, tipo Roma antiga.

Já realizei a fantasia de todo homem, já transei com duas mulheres ao mesmo tempo, e já recusei fazer o contrário, para realizar a fantasia de um casal conhecido.

Mesmo sem querer, acabei transando com uma exnamorada de um amigo, e com muitas das minhas exnamoradas.

Já transei bêbado, já transei com mulher que eu não sabia o nome no dia seguinte. Eu já transei com a atendente de um drive thru que eu conheci ali mesmo, pedindo um sanduíche e com a vendedora da Forum do Shopping Paulista, depois de pedir para ela me ajudar a fechar o ziper da calsa.

Já transei com mulheres bem mais velhas e bem mais novas, com mulheres magrinhas, com gordinha foi só uma vez, mas já encarei algumas feias e outras estupidamente lindas.

Já transei por amor, só pelo tesão e sem tesão algum.

Eu já transei em barcos, dentro da água do mar, na areia da praia (não recomendo, quem diz que é bom é por que nunca fez) e numa ilha deserta.

Eu já transei no teto e nas escadarias de prédios , no porão de uma casa e dentro de elevadores.

Uma vez eu já transei em todos os comodos de uma casa, incluindo terraço e cozinha, só pelo desafio.

Já transei com gente olhando e já olhei gente transando.

Já dormi no meio da transa e também já acordei no meio de uma.

São muitas histórias e claro que não lembraria de todas aqui, mas nenhuma transa se compara em dimensão e importância com a que tive nove meses antes de minha filha nascer.

Mudou minha maneira de pensar, meus objetivos e minha rotina.

De todas, a transa a única que me arrependo na minha vida.

Relacionamentos no Trabalho

setembro 24, 2009
Eu não sei se foi claro o título do post, sempre tem um pessoal parece não entender…
“Relacionamentos no Trabalho”, mas que coisa é essa?
Todo trabalho tem relacionamento! A pessoa se relaciona com os colegas e com o próprio trabalho! Não tem nada que interesse a um sapo nisso!
Agora, se o tema é sexo no local de trabalho, aí eu concordo e aprovo!
É bom!
Claro, como tudo que é bom na vida, tem regras. Vou ajudar logo vocês, desmistificando as informações malucas que a gente encontra por aí. Por exemplo, no site da Editora Abril, tem um post que ensina, em cinco regras, como se manter longe de encrencas ao pegar as gostozinhas no trabalho.
Tudo errado!!!
Se você fizer exatamente o contrário, tem muito mais chances de sucesso.
Por isso, nada de bom senso. Quem tem bom senso é mulherzinha ou boiola.
 Sapo que é Sapo mal tem senso. Vai lá e faz! Coragem! Sucesso! O resto é frescura, e frescura é coisa de viado.
Não desista nunca! Uma mulher que você ainda não pegou é uma mulher que você não cantou o suficiente. Onde está a glória em deixar um serviço pela metade? Vai lá, e só saia da lagoa quando não tiver mais pererecas nela!
Invista nas gatinhas que estão hierarquicamente abaixo de você. Essas vão te dar mais fácil porque precisam do emprego. Não seja medroso! Nada de pensar em processo por assédio. Se você fizer o serviço bem feitinho, é ela quem vai te assediar.
Aí você processa ela e ainda fatura uns trocados!!
Não use seu e-mail pessoal! O que dá moral é o e-mail da empresa! E, se alguém da empresa, superior a você, bisbilhotar suas mensagenss e ver quem você anda pegando, vai te respeitar e pode até rolar uma promoção aí! A menos que seu chefe seja uma mulher. Nesse caso, pode ser que você tenha que comer a mocreia também. Vai que ela é gostosa. Se não for, nada de pensar na promoção e manda ver, sapo que é sapo preza pela qualidade.
Por regra, o caso não pode ficar sério. Agora, se ficar, não conte pra ninguém!!! Se contar, vai queimar seu filme com as outras rãzinhas! Deixe escondido o mais que puder, e quando a coisa aparecer, que não tenha sido por iniciativa sua. Aí, você a processa pela violação de seus direitos e exposição da vida particular, ainda sai bonito na foto!
Mas tem que ser cuidadoso. Tem que escolher bem, em que ordem vai pegar as bandidinhas. Porque ambiente de trabalho tem muita fofoca, e se é verdade que elas falam bem de você umas para as outras, e isso faz com que a curiosidade delas aumente, por outro lado, depois de algumas, elas acabam por desenvolver o “falso conceito” de que voce não quer nada a sério, e que quer apenas se aproveitar delas.
Então, tem que fazer jogo duro.
Muitas vezes, você está alí trabalhando duro, seu Quake entrou em “God Mode” e você está para encarar o chefão vermelho da fase 7, não é mesmo hora de dar mole pra ninguém. Você pode usar esse momento para dar uma desprezada legal nas moçoilas.
Mulher não aguenta desprezo, e é muito certo que no final do expediente, alguma delas fique pra trás apenas pra pegar o elevador com você.
No elevador é legal, mas se tiver mais de uma lá, melhor deixar pra depois. Já tentei, e a falta de espaço é proibitiva, e as duas normalmente não ficam muito à vontade.
De qualquer maneira, não deixe passar. Mais de uma no elevador te dá a chance de fazer uma cara de sério, e as duas (ou mais) lindinhas ainda vão te achar um cara respeitador, por não ter feito nenhum comentário inteligente e divertido, como “Bendito seja eu entre as mulheres” ou “Foi isso que o médico me receitou”.
Eu sei, é engraçado, mas mulheres não tem a capacidade de entender e apreciar o humor batráqueo, então melhor nem tentar.
Mas lembre-se de, entre uma partida de seu joguinho preferido e outra, no PC da empresa, ir atrás delas e botar moral. Saiba que hoje em dia, nem os patos são “patos”. Até os patetas andam pegando umas amiguinhas, perguntem para o Mickey, aquele rato corno,  pra ver.
Enfim, recomendo muito esse tipo de Relacionamento no Trabalho. Sei que tem muita mocreia, tem umas dragonas de carreira em muita empresa boa e consolidada no mercado, mas sempre tem umas delícias começando agora. Alias, que maravilha que é isso. Os anos passam para os homens, nós nos tornamos mais sábios, interessante e pegadores, mas as estagiárias continuam novinhas para sempre!
Sem desmerecer as gostosonas profissionais, claro.
Isso me faz lhes dar outro conselho: Tem muita empresa por aí, não tenha medo de mudar de emprego. O que realmente importa não é o seu trabalho, nem a empresa para a qual você venderá seu precisoso tempo. O grande lance é o amigo do Recursos Humanos, que faz a escolha dos funcionários.
Fecho com duas maravilhosas gotas de sabedoria:

Quem tem um amigo no RH tem um tesouro.

Estágiárias são como diamantes: Sempre lindas, dão uma satisfação enorme, mas custam caro pra caramba.

Conselho do dia: Veja o Blog D4

Agonia…

setembro 20, 2009

Estava tudo escuro, existia uma breve ausência de som reconfortante, não era completamente silencioso, os sons das bolhas de ar subindo eram rítmicas, passavam pelo corpo, como se viessem de outro lugar que não de mim. Eu via formas claramente mutáveis, alucinantes e de diversas cores, mesmo no escuro elas se destacavam, o corpo se movimentava de forma leve, não havia força gravitacional que permitisse movimentos mais bruscos, o corpo naquele ambiente ficava mais pesado e flutuante, não se respirava tão facilmente pelo nariz, a boca sugava o ar e o devolvia para o lugar de onde sugava, inquietante movimento, não era involuntário como o vômito, se faz por necessidade de sobrevivência, naquele ambiente a lembrança de que se é humano era gritante, o ar pela boca logo necessário se fez automático, como que quando em superfície se respira, o frio também se fez assustador, eram correntes leves e profundas, geladas em demasia, ainda escutava o barulho das bolhas de ar, o som delas estavam mais baixos, não mais as sintia no corpo, apenas o barulho distante, não sei ha quanto tempo estava lá. Tudo estava confuso e meus olhos tremiam toda a imagem que eu vira, elas se multiplicava, em dois.. três ou mais.. nada era nítido, lembrei de já ter lido algo sobre isso, era uma espécie de devaneio, e me acalmei ao saber que de fato era normal ocorrer em grandes profundidades, sob pressão, lembro ainda da inquietação do desejo de seguir o som das bolhas que se afastavam, mas a falta de nitidez era absurda, os olhos confundiam a visão… procurei e não encontrei a corda para subir, o movimento estava rápido e involuntário, não ouve pausa, me entreguei completamente aquela sensação.. como se eu fosse apenas um corpo livre..era tão intenso quanto as sensações que eu tinha quando voava nos sonhos… minhas veias… senti elas pulsarem de forma anormal, descontroladas, o sangue parecia ter dificuldade para fazer o que sempre foi de costume… parecia que se rompiam e tomavam espaços que a elas não pertenciam, a exagerada pulsação era desconfortante, mas eu já estava subindo a escuridão estava aos poucos se desfazendo, senti tonturas e o corpo fraco, eu já estava perto de chegar a superfície, isso me confortava, eu via flechas de luzes, o corpo estava mais pesado e contrariando qualquer lógica ou ciência eu continuava a subir e a luz gradativamente aumentava. Quando cheguei a superfície a sensação bruscamente se inverteu, não havia movimento, meu corpo boiava parte submerso pela água, parte na superfície, eu estava virada de bruços, e não conseguia me mexer.. comecei a ouvir vozes.. e mais vozes.. havia uma seriedade desconfortante, falavam em voz alta mas o som estava distante, o silêncio foi rompido.. eu ouvia vozes.. não parecia haver sentido, não era comigo que falavam, eu desejava apenas o silêncio, as bolhas e o escuro confortante..mas as vozes ecoavam, consergui por fim ouvir com nitidez quatro palavras, eram sérias, doença descompressiva – câmera hiperbárica. Finalmente acordei, o sonho trazia o pesadelo e a realidade de forma inseparável e sobretudo a angústia de lembrar os detalhes, quase pronto para levantar, ainda de olhos fechados, me veio como de costume, toda a sequencia a qual eu faria quando levantesse, a roupa do mergulho, o equipamento, a corda, a máscara, nadadeiras, após organizar mentalmente a sequência, abri os olhos, não conseguia me mexer, luzes encadianvam meus olhos, eu estava em um tubo completamente vedado, não fazia idéia por quanto tempo, me desesperei, talvez estivesse aqui por dias, meses, anos, o tempo não me parecia importante, o ar era comprimido, queria tocar a face, sentir o rosto, os braços, impossível, não consegui, era inútil, as luzes encandiavam, não havia espaço, fechei os olhos, tentei não pensar em mais nada, e depois de algum tempo, não sei ao certo quanto, comecei a ouvir novamente o som das bolhas de ar subindo rítmicas.

http://sonhavel.blogspot.com/

Como enlouquecer seu sapo na cama

setembro 16, 2009

Você quer uma noite de prazer mais quente?
Quer deixar o cara louco de tesão?
E que ele fique desejando muito transar com você?

Então seus problemas se acabaram.
Aqui vão algumas dicas do que fazer para deixar seu sapo muito louco

1. Mostre-se

Aparecer com um Decote ou uma roupa que valorize mais seu corpo já começa a fazer o cara se desejar.

 Se desejar se mostrar mais, faça um strip para ele antes do sexo 🙂

 2. Deixe ele perceber que quer sexo

Coisas tolas como passar o dedo pela boca do copo e olhar para ele, deixa o cara mais pensativo em sexo.

Mandar mensagens para o celular dele farão ele pensar em você a tarde toda.

 Use frases como:

“Estou louca para transar” ou “Quero que você me chupe” ou “Tenho uma surpresa sexy para você”

ATENÇÃO: Se seu parceiro for do tipo que deixa o celular em qualquer canto, é melhor não mandar nada. Senão alguém lê e fica pior

Se estiverem jantando, passar o pé na perna dele pode chamar atenção dele.

3. Inove nas peças íntimas.

Qualquer sapo adora quando uma mulher está com uma calcinha sexy.

Nem tanto por ela ficar mais gostosa, mas porque o cara sabe que se ela comprou aquilo é porque ela estava pensando em sexo. E se uma mulher pensa em sexo, é porque estamos mandando bem. E nada melhor para o ego batráqueo que saber que manda bem. ( nossa que coisa complexa )

4. Diga coisas safadas

Quase todo homem gosta de ouvir coisas safadas. Do tipo:

“Quero te chupar todo”

“Você me dá muito tesão”

“Estou toda molhadinha”

“Quero transar com você”

5. Sugira uma nova posição Sexual Mudar é sempre bom.

E você falar que quer outra posição, especialmente se falar:

“Ví na internet essa posição e fiquei pensando em você, me deu maior tesão! Vamos experimentar?”

6. Tenha o Controle Também

Os homens também adoram quando a mulher toma a iniciativa do sexo.

Melhor ainda quando estão numa posição sexual em que a mulher quem manda.

Se quer deixar um sapo louco, cavalgue nele. E mostre que ama isso. Mas não se esqueça, o brinquedinho precisa de movimento, então você tem fazer com que ele venha e vá, de dentro pra fora, não importa como, nunca, repito, nuuuuunca deixe ele parado.

agosto 12, 2009

Quem morre?

Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o preto no branco
e os pingos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.

O LÚCIDO DO LÚDICO

Batizado como Neftali Ricardo Reyes, o poeta e diplomata Pablo Neruda nasceu, em Parral, no Chile, em julho de 1904. Adotou o pseudônimo “Pablo Neruda”, em homenagem ao poeta tcheco Jan Neruda.
Foi em Temuco que Neruda começou a encantar o mundo com sua poesia. Em 1921, no intuito de continuar seus estudos, vai para Santiago, onde publica seu primeiro livro “Crepusculário”. Já em 1924, ele publica “Vinte Poemas de Amor e uma Canção Desesperada”, que acabou por se tornar sua obra de maior popularidade, onde podemos encontrar reunidas, em um único livro, algumas das mais belas poesias de amor já escritas.
Em sua carreira diplomática, Neruda foi Cônsul em vários países entre os anos de 1927 a 1933. Socialista entusiasta, disseminava estes ideais pelos países por onde passava. Ao iniciar-se a Segunda Guerra Mundial foi nomeado Cônsul em Buenos Aires, onde conheceu o poeta espanhol Frederico Garcia Lorca, de quem era profundo admirador.
Em 1934, Neruda é transferido para Barcelona e depois para Madrid em 1935. Em meio à Guerra Civil Espanhola, ele publica o poema “Espanha no Coração”, onde declara o amor pelo novo país e busca em versos demonstrar seus anseios pela paz.
Regressou ao Chile em 1945 e no mesmo ano recebeu o “Prêmio Nacional de Literatura”. Neruda sai do país, após o Partido Comunista Chileno ser colocado na ilegalidade.
Depois de suas andanças pelo mundo, Neruda retorna ao Chile em 1970 para retirar sua candidatura à presidência em prol de seu amigo Salvador Allende, que é eleito. No período de 1970-72, exerce o cargo de Embaixador do Chile em Paris. Em 1971, recebe o “Prêmio Nobel de Literatura”.
De volta ao Chile em 1973, encontra um quadro de grande instabilidade política no país, que culmina num dos mais sangrentos golpes militares já vistos na América Latina, em 11 de setembro. Pouco tempo depois, em 23 de setembro, Neruda – que já havia retornado enfermo -, morre em circunstâncias pouco claras.
Neruda, este poeta que buscou no lirismo a lucidez para construir um mundo livre das injustiças, nos deixou muito mais do que sua belíssima obra. Ele nos ensinou, nos ensina e continuará nos ensinando e nos revitalizando através de seus versos, de suas metáforas, seus sonhos que ainda hoje são atuais e compartilhados.