Resposta Pública

Outro dia li em um Blog as seguintes palavras:

 Hoje no curso o qual estou participando, o ministrante, sábio Ricardo Brasileiro preferiu “um dia tão cheio de certezas em suas palavras o poeta perdeu a luz, encantou tantos que se esqueceu de se encontrar, vendo no caminho dos outros um caminho a seguir, se tornando apenas mais um cara comum, longe daquele que um dia desejaria se tornar”

 Bom, Não sou eu quem vai julgar o fato de acharem-no um sábio ou não. Mas sobre o que me apetece, posso, e quero-o falar.

 Primeiramente Poeta algum vive cheio se certezas em suas palavras, se o vivessem seriam ao mínimo cronistas, ou quem sabe cientistas. Sem a dúvida, sem a dor, sem a paixão, sem o desespero, sem a tristeza, sem o amor, e alguns outros temperos (todos inexatos e controversos) não há poesia.

 A arrogância pessoal a qual ele pode, embora não pareça, estar se referindo é uma característica humana, imperfeita, vil. O que coincidentemente se parece encaixar com o espírito de muitos dos grandes poetas da humanidade. Além de serem exímios conquistadores e amantes.

 Quanto a esquecer de se encontrar: Disse já, esse sim, o SÁBIO Fernando Pessoa em seu famoso poema Autopsicografia

 O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

 

Ainda fui obrigado a saber que em sua opinião, todo poeta sonha em ser algo. Uso o termo algo não alguém, pois se (na opinião do suposto sábio)  todos tem o objetivo em comum, isso é algo, e não alguém. O que me traz um pensamento que não é de todo ruim.

 

Imaginem quanto melhor o mundo seria se assim como se rotula alguns grupos na rua, se pudesse também rotular os poetas:

 Olha al! Um bando de Hemos

Vou num bar GLS

Você está vestido como um Neonazista

Mais que pinta de Pagodeiro

 Só por questão de informação, o poema sonha em ser cantado, como a nota em ser tocada, não cabe a mim, nem a ninguém julgar o sonho de qualquer poeta.

 Acho que o mais sábio que um Brasileiro pode fazer, e continuar como DJ em suas baladas e festas, pegando suas menininhas para uma transa fácil, e deixar a alma dos poetas para que cada um deles continue, em vão, tentando interpretar a própria.

 Finalizo citando novamente a pessoa do Pessoa que disse:

Ter opiniões é estar vendido a si mesmo. Não ter opiniões é existir. Ter todas as opiniões é ser poeta.

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